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sábado, 3 de março de 2012

As Bem-Aventuranças Refletem Cristo

 

Somos o que falamos. Vivemos o que pensamos. Refletimos a alma no que sonhamos. Jesus ao abençoar seus ouvintes, estava compartilhando com eles sua personalidade. Em cada bem-aventurança estava sua vida. Por isso, proclamou o que queria que seus discípulos desfrutassem no dia a dia e na eternidade. Há paradigmas que parecem errados, mas no Reino de Deus os mistérios vão se desenrolando gradativos para o espírito humano.

1 – POBRES

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus.” Mt 5.3. A pobreza em referência não se trata de finanças, mas, em certo sentido, a pobreza de bens deste mundo foi a que Jesus Cristo viveu desde a infância. Jesus não tinha o dinheiro do imposto. Não tinha onde reclinar a cabeça. Multiplicou pães em vez de mandar comprá-los. O jumento foi emprestado. Ser pobre não é virtude e ser rico não é pecado. Pobre de espírito diz respeito à compreensão que se tem de necessitar da graça de Deus. Em meio à pobreza a fé brota mais fácil.

2 – CHORÕES

“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.” Mt 5.4. Jesus chorou. Ele sabia das dores que o sofrimento gera na alma. O profeta disse que Jesus seria homem de dores. Chorou pelos pecadores. “E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela,” Lc 19.41. O consolo veio a ele no Getsêmani por meio do anjo. Os discípulos permaneceram com o Mestre no jardim até ele ser preso. Mas na cruz, Jesus derramou suas lágrimas mais sentidas, mas resgatou o mundo com seu sacrifício.

3 – MANSOS

“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.” Mt 5.5. Jesus reivindicou para si o exemplo de mansidão. Sua ternura com os inimigos e pecadores foi de chamar a atenção. Ele não viera duelar com os poderosos, mas vencer o diabo. Sua brandura nunca foi igualada. Suportou ataques frios e covardes dos invejosos, mas continuou sua obra. Ouviu sobre a morte cruel de João Batista, mas manteve sua calma. No final de sua vida, ouviu: “Disse-lhe, então, Pilatos: Não ouves quanto testificam contra ti? E nem uma palavra lhe respondeu, de sorte que o governador estava muito maravilhado.” Mt 27.13-14.

4 – FAMINTOS DE SEDE E JUSTIÇA

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.” Mt 5.6. Jesus foi justo em suas pregações e respostas. Não agradou seguimentos no intuito de algum favor por receber. A fome e sede de justiça continuam para os escolhidos. Os homens nunca poderão preencher esse anelo da alma; só Deus o pode. Moisés tentou fazer justiça, mas não deu certo. Ele não está fazendo referência à justiça falha dos homens, mas a justiça excelsa e absoluta de Deus. A justiça que o dinheiro e a fama não influenciam.

5 – MISERICORDIOSOS

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.” Mt 5.7. Jesus foi misericordioso com a pecadora, com Pedro, com o moço rico, com Maria Madalena, e até com os seus inimigos. Ordenou-nos a orar por eles. Perdoou seus algozes. Perdoou o ladrão condenado. Foi compassivo. Ao ver as ovelhas desgarradas, sentiu compaixão. Saiu à busca delas. Estender a mão ao fraco é próprio de quem ama. O salmista proclamou: “Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre; o Senhor o livrará no dia do mal.” Sl 41.1.

6 – LIMPOS DE CORAÇÃO

“Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.” Mt 5.8. Jesus viveu em santidade o tempo todo em que viveu na terra em meio aos pecadores. Não se achou engano nos seus lábios e nem maldade em seu coração. Ninguém pôde condená-lo por algo repreensível. O próprio Judas traidor disse: “Pequei traindo sangue inocente.” O maior desafio não é fazer milagres, mas viver em pureza de alma. Jesus disse: “E aquele que me enviou está comigo; o Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada.” Jo 8.29. Mãos limpas. Caráter ilibado. Transparência mercantil. Vida cristã santa.

7 – PACIFICADORES

“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.” Mt 5.9. O profeta Isaías vaticinou o título Nobel de Cristo: Príncipe da Paz! Jesus viveu em paz. Proclamou a paz. Fez a paz entre Deus e os homens e entre nações que se agrediam entre si. Ensinou: “E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa.” Lc 10.5. O Novo Testamento adverte: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” Hb 12.14. Ao se despedir dos discípulos disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14.27. O galardão está embutido em cada bem-aventurança.

8 – PERSEGUIDOS

“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus.” Mt 5.10. Ninguém foi mais perseguido do que o Mestre Jesus. Desde a notícia de seu nascimento as perseguições começaram. Só terminaram com sua morte. Leiamos: “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece.” Jo 15.18-19. Ainda que os justos vivam sem incomodar os ímpios, eles não gostarão da presença dos servos de Deus em razão da vida santa que estes levam. “Mas é para que se cumpra a palavra que está escrita na sua lei: Aborreceram-me sem causa.” Jo 15.25.

9 – CALUNIADOS

“Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai- vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mt 5.11-12. As testemunhas falsas apareceram no meio da multidão diante de Pôncio Pilatos. Asseguravam que Jesus se negara a pagar os impostos e que afirmara reedificar o templo em três dias ainda que este fosse derrubado. Calúnias. Injúrias. Difamação. Nabote bebeu a taça amarga delas. José do Egito foi encarcerado por vestígios fabricados. Um dia, a verdade trará à luz as obras dos homens. É o que Salomão previu: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ec 12.13-14.

Conclusão: As afirmativas benditas do Senhor, cheias de esperança, estão embasadas no amor. Aquele que for agraciado e buscar viver na dimensão predita terá o paraíso no coração. Terá o clima do céu, do amanhecer ao anoitecer. Mesmo nas situações mais contraditórias, o seguidor de Jesus Cristo caminhará sem desvanecer. As bem-aventuranças não são expressões bombásticas para conquistar a popularidade das massas, mas são caridosas que impõem responsabilidade.

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