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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

As Éguas dos Carros de Faraó



O livro de Cântico dos Cânticos foi escrito pelo famoso Rei-Poeta Salomão, filho de Davi.

Salomão, nos diz as Sagradas Escrituras, casou-se com uma mulher egípcia, ou melhor uma princesa. (Vide I Re.3:1)

“Salomão aparentou-se com Faraó, rei do Egito, pois tomou por mulher a filha dele; e a trouxe a cidade de Davi, até que acabasse de edificar a sua casa…”
Salomão veio a desposar aquela donzela e assim podemos ficar sabendo que ele, constantemente, visitava o Egito e foi lá, com certeza, que ele ficou conhecendo as éguas tão famosas que conduziam os carros de Faraó.
  Anos mais tarde quando escrevia o seu mais belo Cântico dos 1005 que compôs, o então jovem Salomão, rememorando suas viagens aos estábulos do seu sogro, quem sabe em Pitom ou Ramessés ou outra cidade do delta do Nilo, recordava-se daqueles lindos animais, tão estimados pelo Governante do Egito – as éguas da carruagem de Faraó.
  A história informa-nos que o Egito e a cidade de Coa, na Cilícia, eram os grandes exportadores de cavalos, principalmente os de raça nobre. Heródoto chega a afirmar que a Cilícia era o haras do mundo antigo.
  Em I Reis 10:28-29 encontramos uma alusão aos preços praticados naquela época:
“Os cavalos que Salomao tinha eram trazidos do Egito e de Coa; os mercadores do rei os recebiam de Coa por preço determinado. E subia e saía um carro do Egito por 600 siclos de prata e um cavalo por 150 siclos…”
  As carruagens de Faraó eram puxadas por 4 animais e naquela época eram chamadas “quadrigas”.
  Salomão, com certeza, nos seus passeios quando estava enamorado da filha de Faraó, havia andado e talvez até conduzido uma daquelas quadrigas de seu futuro sogro.

  No tempo de Salomão os cavalos de batalha e os carros de combate eram também importantes artigos de comércio e Israel possuía um verdadeiro monopólio desses artigos.
  Quando Salomão escreveu o livro de Cantares ele comparou sua amada a uma daquelas éguas, e cremos que ele tinha em mente um daqueles quatro, vez que os conhecia bem.
  Mas parece inacreditável que Salomão, mesmo tendo em suas cidades grande número de carros e de cavaleiros, cerca de 1500 carros e 12 mil cavaleiros, ainda desejasse possuir em seus estábulos uma daquelas éguas.
  As éguas de Faraó eram tão conhecidas no mundo antigo e tão bem tratadas que tornaram-se símbolos do que de melhor havia na época.
  Se um cavalo de combate valia na época 150 siclos ou Shequel de prata, uma daquelas quatro éguas da quadriga de Faraó valeria no mínimo o dobro, para não falar em triplo ou quádruplo.
  Poderíamos perguntar: – qual seria a razão do Espírito Santo em colocar esta referência no livro de Cantares? E é exatamente isto que passaremos a verificar.

As 7 características das Éguas de Faraó

  Podemos iniciar, adiantando que aquelas éguas de Faraó tinham 7 qualidades que as projetavam como as melhores do reino do Egito.

1ª – LOCAL

A 1ª destas qualidades é o local onde elas eram colocadas ou onde viviam – o haras de Faraó.

Aquelas éguas não eram criadas soltas ou livres, mas confinadas dentro de uma baia, onde recebiam todos os cuidados necessários ao bom desempenho nas batalhas.

A igreja é tipificada aqui por uma daquelas éguas pois também ela tem um tratamento preferencial neste mundo.

Assim como aquelas éguas não podiam fazer o que queriam, assim também os servos que formam a Igreja invisível pelejam limitados pela ação do Consolador, que orienta e edifica.

Faraó aqui simboliza o dono, o comprador, aquele que adquiriu, e este é o tipo de Jesus, que nos comprou e por isso somos escravos seus, pertencentes para sempre ao Senhor.

A Obra do Espírito que é realizada no seio da Igreja não pode ser confundida com religião ou denominação ou movimento, assim como aquelas éguas não eram confundidas em todo o reino do Egito, aonde quer que elas andassem todos sabiam que aquela quadriga era a do grande Faraó.

A Igreja tem recebido tratamento diferenciado neste mundo, enquanto as religiões estão comendo capim seco, cada um fazendo o que intenta (soltas no pasto = mundo); a noiva do Senhor, a amada, está escondida, confinada na baia do Espírito Santo; comendo do maná celestial.

2ª – ÉGUAS DE RAÇA – TÊM PEDIGREE

A segunda característica daqueles animais era a raça, pois eram Hititas, de Coa. Se fosse hoje, elas seriam manga-largas ou Campolinas, etc.

Aquelas éguas não eram éguas quaisquer, vindas da Palestina, da Síria ou do Líbano, mas éguas de raça nobre, da famosa cidade de Coa, por isso Hititas (povo que habitava o País).

A Igreja também tem qualidade, tem estirpe; ela não vem de qualquer profeta do passado ou de um grande pensador, mas suas raízes estão em Jesus Cristo, o filho de Deus.

Os servos que compõem a Igreja são homens de caracteres definidos e certos de suas posições e procedimentos neste mundo de tantas concupiscências.

Servos negligentes, despreparados não servem para esta peleja, ou seja para combater as hostes inimigas.

Temos encontrado muitos servos sem pedigree no meio pentecostal ou tradicional, pessoas que não têm fibra ou garra para conseguirem seus desejos ou atingirem seus objetivos nesta caminhada, e são estes que constantemente estão ficando para trás na jornada da vida.

3ª – ÉGUAS ADESTRADAS

As éguas e cavalos que chegavam de Coa eram separados e aí então começava o adestramento, período que compreendia um ano ou mais de intensivos testes e provas para então passarem a puxar o carro de Faraó.

O treinamento era duro e muitos animais morriam. Durante um ano de treinamento, segundo historiadores da época, de um lote de 20 animais somente de 5 a 10 conseguiam chegar ao fim.

Havia campos de batalha montados com toda sorte de obstáculos e dificuldades que um dia podiam ser encontrados numa peleja real, de modo que os animais eram bastante forçados nas provas.

A Igreja também tem sido provada neste mundo (o campo de provas) com toda sorte de obstáculos e embaraços.

Salomão comparou sua amada (igreja-noiva) com uma daquelas éguas que recebia adestramento no Egito e da mesma forma os servos de Jesus são preparados nesta vida para um dia gozarem nos céus com o Criador.

Servos sem treinamento não conseguem pelejar ou, se chegam até o campo de batalha são facilmente atingidos e caem por terra, perdendo a batalha contra o pecado e o pai da mentira.

A Bíblia afirma que é motivo de grande gozo para o servo de Deus passar por várias provações e tribulações, pois o resultado é mais perseverança. (Tiago 1:2,3).

Servo sem adestramento, não sai do lugar, fica sempre sentado no banco da Igreja, mas não tem experiência com Deus, nem com o Espirito Santo, nem conhece as armas espirituais dadas por Jesus.

Égua sem treino nunca ia puxar carro de Faraó; servo sem provação nunca vai poder levar adiante os carros da Salvação descritos em Habacuque 3:8.

Quantos servos despreparados em nossas Igrejas atualmente!!! Não sabem nem os livros da Bíblia, quanto mais o que é fé, salvação, dons espirituais, etc.

4ª – ÉGUAS BEM ALIMENTADAS

Aquelas éguas de Faraó não comiam capim verde ou seco, nem fubá ou milho; mas sim feno, cevada, centeio – alimentos nutritivos e com as calorias certas para o preparo de todos os músculos do animal.

Enquanto no pasto, livres, os outros animais comiam o que bem entendiam e quando queriam, as éguas de Faraó tinham horário certo para alimentação e também para treinamento.

Aquelas águas recebiam alimentação balanceada, certa, preparada para atender as suas deficiências nutritivas. Elas comiam o que era necessário para um preparo impecável e um desempenho pleno de todas as suas potencialidades numa peleja ou combate.

Elas não comiam só o que era saboroso ou delicioso, mas sim o que era preciso para seu preparo, fosse um alimento gostoso ou não, a prioridade era o resultado e não o sabor.

A Igreja também está sendo preparada recebendo só alimento espiritual, celestial; são bênçãos sobre bênçãos para que os servos fiéis possam ir adiante neste combate contra a carne.

Enquanto a tradição tem comido capim seco, quando acha, na Obra do Espírito o servo saboreia o nutritivo maná do céu, ou então as saborosas codornizes enviadas pelo próprio Deus.

Servo mal alimentado não agüenta ou suporta a peleja contra a carne, vez que é atraído pelo mundo e suas farturas, indo por terra. Mas o servo que tem participado dos banquetes patrocinados pelo Consolador está totalmente capacitado para a guerra contra as hostes celestiais do inimigo.

A noiva de Salomão, a Sulamita, foi comparada a uma daquelas éguas por se bem alimentada materialmente, e a Igreja é a noiva espiritual que atende a toda determinação do mordomo (Espírito Santo), que a prepara para o arrebatamento.

Enquanto em algumas seitas e movimentos as pessoas só comem determinados alimentos (só cura divina, só expulsa demônios, etc.), na Obra do Espírito temos toda sorte de alimentos (dons, curas, batismos, profecias, etc.

5ª – ÉGUAS REPRODUTORAS

Além de exímias corredoras aquelas éguas também davam crias de primeira qualidade, uma vez cruzada com animais de 1ª linha.

Diz o ditado que “filho de peixe é peixinho”, assim sendo, se aquelas éguas eram excelentes as suas crias com certeza também o seriam.

De ano em ano uma era separada para a reprodução e assim ficava fora dos combates e pelejas, durante outro ano, enquanto o potrinho estava novo.

Faraó sempre tinha em seus estábulos crias das suas éguas e eram estas crias que no futuro substituíram os animais mais velhos nos carros de combate.

A Igreja (a noiva) precisa ser uma boa reprodutora, pois só assim a Obra do Espírito atingirá todo o mundo. Mas para a Igreja ser uma boa reprodutora os servos que a compõem tem que ganhar novas vidas para o Evangelho crescer e então o Noivo voltará.

Os servos devem ser como as cabras de Gileade descritos no cap. 4:2, onde diz que:

“Cada uma tem gêmeos e nenhuma é desfilhada…”

Muitas denominações por aí estão estéreis, não reproduzindo e além do mais matando os seus membros com proibições tolas e arbitrárias.

6ª – ÉGUAS OBEDIENTES

Durante o período em que passavam pelo treinamento aquelas éguas aprendiam a obedecer, obedecer e obedecer, fosse qual fosse a situação, fosse o local que fosse, a ordem em suas mentes era obedecer.

O grande sucesso que faziam estava aqui, na aprendizagem da obediência. Todo o povo egípcio sabia que aquelas éguas acatavam o comando que chegava do seu condutor.

Todavia para aprenderem a obedecer elas sofriam muito, muito mesmo; mas ao final do adestramento estavam aptas para somente obedecerem.

A Igreja do Senhor, a noiva, tem também aprendido que para colocar Deus em primeiro lugar só com estrita obediência.

Em I Samuel 15:22 encontramos esta ordem:

“Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar,

e o atender, do que a gordura de carneiros”.

O povo que obedece sempre triunfa na batalha vez que o Senhor é quem comanda a guerra, outrossim quando o servo resolve fazer o que ele acha em detrimento das ordens do Senhor, sempre é mal sucedido.

Aquelas éguas aprendiam a obedecer;assim também o servo tem que aprender a obedecer para progredir na sua vida espiritual, do contrário fica paralisado, sempre frágil aos ataques do adversário.

Diz alguém que no mundo o alfabeto é a, b, c, d enquanto que na Obra do Espírito é o, b, d, c.

A noiva deve obedecer às orientações do seu noivo, pois ele anseia logo buscá-la e para tanto só andar em obediência.

7ª – ÉGUAS QUE SEMPRE AVANÇAVAM

A última característica daquelas fenomenais éguas era a impetuosidade, ou seja, elas nunca retrocediam independentemente da situação, sempre avançavam.

A história natural nos relata que dentre os animais de tração a égua é a mais ousada, sobrepondo-se ao cavalo, tão usado na peleja no passado.

Faraó sabia deste detalhe e por isso preferiu contar em sua quadriga com éguas, pois elas não o deixariam na mão, como não o deixaram no dia da fuga do povo hebreu 15 de abib, quando Moisés saía como o povo e adentrou no Mar Vermelho. A quadriga de Faraó avançou mar adentro e quando Moisés bateu a vara do outro lado e o mar voltou ao seu normal, as éguas debateram-se nas águas salgadas daquele mar e só pararam porque morreram afogadas, se não nadariam e chegariam do outro lado.

Esta característica é sem dúvida a principal de todas elas, e a Igreja distingue-se de outras sociedades por isso mesmo; os seus membros, (os servos fiéis) nunca retrocedem, mas sempre avançam.

O verdadeiro servo é aquele que apesar das lutas e dificuldades continua prosseguindo para o alvo da soberana vocação em Cristo Jesus.

Temos encontrado pessoas que caminham enquanto tudo está indo bem, enquanto o céu está azul, mas tão logo sopre o primeiro vento e uma nuvem cubra o céu, estas pessoas voltam ou param.

Na Obra do Espírito, como o próprio nome já diz, o condutor é o Paráclito e se ele diz: – avante – , aos servos só resta avançar e sempre !!!

A Igreja vive os seus últimos dias nesta terra e é chegada a hora dos servos militantes comportarem-se como aquelas éguas do carro de Faraó, que estavam sempre prontas para a peleja!!!

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