Meu nome é Malco e vi o que aconteceu em seguida. Estávamos lá em grande número para prendê-lo, mas havia uma ousadia nele, uma presença que nos chocou a todos. Num certo ponto, ele avançou e identificou-se e todos nós nos afastamos e caímos por terra como se ele nos tivesse atingido fisicamente. Ele nos pediu que deixássemos os discípulos que estavam com ele partirem livremente.
Meu nome é Malco e nunca esquecerei o que aconteceu naquela noite. Eu tinha me esforçado para ficar na frente da multidão e vi seus discípulos. Eles pareciam inseguros do que estava acontecendo ou o que fazer. Pode ser que o fato de Judas estar conosco os tivesse perturbado um pouco. Subitamente, um deles sacou uma espada (a maioria não estava armada) e feriu minha cabeça! Se eu não tivesse conseguido desviar, talvez ele me tivesse decapitado! Assim, sua espada cortou minha orelha direita. Imediatamente o lado de minha cabeça ficou coberto de sangue, e a dor era intensa.
O que aconteceu em seguida me pegou de surpresa. Nós estávamos ali para prendê-lo, para levá-lo às autoridades que, certamente, queriam lhe fazer mal. Eu tinha feito de mim um inimigo desse homem, mas ele delicadamente se aproximou e tocou minha orelha onde eu estava sangrando e me curou. Enquanto eu fiquei ali, ele se voltou e desafiou aqueles de nós que tínhamos vindo prendê-lo. "Vocês vieram como contra um assaltante, com espadas e clavas?" Seus discípulos se espalharam e correram. O resto da multidão agarrou-o e o amarraram e, em poucos momentos, eles o estavam levando embora aos principais dos sacerdotes e escribas.
Meu nome é Malco e eu estava lá. Ele me curou e jamais esquecerei.
(Esta história é ficção. Nada temos escrito por Malco, nem sabemos qual foi verdadeiramente sua reação ao ser curado. Contudo, as minúcias desta carta são tiradas das seguintes passagens: Mateus 26:47-56; Marcos 14:43-50; Lucas 22:47-53 e João 18:1-12).
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